18 outubro 2011

A democracia do Ensino



            Fala-se tanto em liberdade... Um dos principais lemas da Revolução Francesa, que trouxe à tona o reconhecimento dos direitos humanos. O que significa esse termo? Ou melhor, qual a verdadeira concepção deste construto para com o ser humano? 
Resgatando algumas ideias existencialistas de Sartre no que se referem à liberdade, bem aos moldes socialistas, verifica-se que cada ser humano tem livre arbítrio para fazer suas próprias escolhas. O fato de decidir é um princípio essencial da liberdade. Todavia, na mesma proporção, existe a responsabilidade. Assim, esses dois opostos que combinam entre si, são fundamentais nas regras de cidadania e democracia tão focadas hoje.
            Em um cunho mais específico, o qual remete à figura do professor e do aluno, a liberdade corresponde ao principio fundamental de acontecer o aprendizado, a formação, o criticismo, o aprimoramento e todas as vertentes que gera o tão proclamado slogan dos “direitos” concedidos em um ambiente escolar. Ela é a garantia de que as realidades vividas por professores e, especialmente, alunos, atinjam, através de experiências, o êxito na formação.
Já que juntamente com “direito – liberdade” caminha a “responsabilidade – dever”, é necessário que ambos agentes, professor e aluno, estejam cumprindo seus verdadeiros papéis e fazendo jus ao lugar que realmente ocupam. Porque são importantes e essenciais no processo de mudança e de transformação. E um complementa o outro, uma vez que o professor tem um papel e o aluno tem outro na ação de ensinar-aprender.  
            Nesse sentido, observa-se que a figura do professor é tão fundamental quanto à figura do aluno. A esse último, cabe buscar os próprios meios para descobrir e ampliar as providências direcionadas por aquele, ao qual pertence a ilustre função de motivar e garantir meios para que o aprendizado ocorra. Diferentemente dos sistemas educacionais antigos, em que o professor ditava as normas e o aluno cumpria calado essas leis, hoje, os dois são partes ativas que devem organizar-se dentro de um ponto comum e difundir a responsabilidade.  
            Não há direito sem responsabilidade, assim como não há dever sem liberdade. Só se pode alegar algo quando se é suficientemente cumpridor de responsabilidades afins às solicitações e reivindicações. Só se pode criticar determinadas reações caso as próprias ações estejam pertinentes ao antagônico daquilo que se condena. Assim vale a toda hierarquia humana.
            Em sala de aula, o importante é estabelecer esses princípios que regem a boa conduta. Inclui nesse aspecto a criatividade no relacionamento. No tocante ao aluno, esse ingrediente de sucesso fará com que o mesmo tenha capacidade de interagir-se, dinamizar e transformar o conteúdo oferecido em estratégias de aprendizado de forma individual e espontânea. Se assim o for, realmente se desprenderá da figura docente, em outras palavras, caminhará com suas próprias pernas.
Tendo a liberdade como autonomia e, consequentemente, a responsabilidade de ser senhor do seu próprio destino, é o que permite o desenvolvimento do que um dia poderemos exercer de forma justa e inteligente, a grifar: a verdadeira autonomia, a verdadeira democracia.  
                    

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