13 novembro 2012

Um pouco de política após eleições

Em se tratando do assunto política, na condição de cidadão, professor universitário, minhas reflexões convergem para alguns aspectos voltados à crítica por parte do eleitorado. Falo de nossos deveres cidadãos de: * fazer política o ano todo, fiscalizando e cobrando o que foi prometido, e não deixando apenas para a véspera de eleições. Vamos abandonar o discurso da memória curta?!; * desvencilhar de uma vez da ideia de que política não presta, pois é justamente com essa ideia que nosso senso positivo se desespera, perde, torna-se desinteressado e, com isso, abre espaço para os escândalos que temos ouvido falar, lido. Votar sempre é necessário, mesmo que nulo/branco. Sim! Apesar de, nessas eleições, não votar nulo/branco, eu defendo esses tipos de voto.  A princípio pode parecer uma fuga, mas, hoje, entendo que ele pode ser uma voz satisfeita dizendo: “não vou votar em ninguém, porque nenhum dos que são candidatos merece meu voto”. E essa voz faz sentido se, na prática, numa perspectiva bem utópica de eleitor , ele imagina que seu protesto valerá o seguinte argumento: “voto nulo/branco por protesto, porque se todos fizerem igual a mim, teremos que fazer uma nova eleição, dessa vez, com outros candidatos”. Praticamente impossível isso acontecer, mas imagina que bafo seria a consciência de alguém se candidatar e não ter nenhum voto e o pior: perceber que ele, enquanto candidato, na opinião da massa, não faz jus ao cargo (rs); * analisar perfis/posturas de candidatos, pois eles nos dizem muito. Por exemplo, o que posso pensar de um candidato que, para garantir o voto ou proclamar sua campanha (visual/boca-boca), abastece tanques de gasolina de carros, adesivam carros alheios e/ou doam coisinhas por aí!? Se eles já fazem isso antes - burlam a regra! - imagine do que são capazes quando os cofres forem públicos e deles possuírem o domínio; * Perceber que ser bonitinho, cheirosinho, amigo de todos, popular, não são perfis suficientes para a ocupação de determinado cargo. Afinal, não se faz política só de alianças populares e famosas, tem que ter conteúdo, visão (essa está bastante próxima do nível cognitivo, da inteligência), equilíbrio, direção, educação, senso de cidadania, laicismo, entre outras coisas. E, ainda, quando eleito, contar com um grupo de pessoas competentes e aptas para as pastas, enfim, com potencial perfil profissional em todos os seguimentos empregativos. Daí já solucionamos, também, o problema de ter de esperar fulano ser eleito para colocar alguém da minha família no serviço, porque essa pessoa é competente e profissional no que faz, não precisa disso. Será contratada!; * praticar a boa vizinhança sempre e parar de brigar, pois o que vimos de eleitores que trocaram tapas por candidatos que, hoje, estão coligados não é brincadeira; por fim, *entender, de fato, que benefícios públicos direcionados a você não são “boa vontade” de certos candidatos/políticos assistencialistas, as benfeitorias realizadas pelo poder público não passam de obrigações, porque você é um cidadão que paga impostos e possui direitos.